Poema de Olegário Mariano Arrependimento.
Olegário Mariano Carneiro da Cunha foi um poeta, político e diplomata brasileiro.
Era primo do poeta Manuel Bandeira. Em 1938, em concurso promovido pela revista Fon-Fon, foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros, em substituição a Alberto de Oliveira, detentor do título depois da morte de Olavo Bilac, o primeiro a obtê-lo.
Ele nasceu em Pernambuco em 1889 e faleceu, aos 69 anos, em 1958.
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Poema: Arrependimento
Autor: Olegário Mariano
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski
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Arrependimento
Deste amor torturado e sem ventura
Resta-me o alívio do arrependimento.
O pouco que me deste de ternura
Não vale o que te dei de encantamento.
Abri para o teu sonho o firmamento,
Semeei de estrelas tua noite escura.
Dei-te alma, exaltação e sentimento.
Fiz de um bloco de pedra uma criatura.
Hoje, ambos à mercê de sorte avessa,
Se para te esquecer luto e me esforço,
Manda-me o coração que não te esqueça.
Padecemos idêntico suplício:
Tu - corroída de pena e de remorso,
Eu - com vergonha do meu sacrifício.
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