Poema de Luizza Milczanowski Espaços Vazios.
Luizza Milczanowski nasceu em 23 de janeiro de 1998, no Rio de Janeiro, onde é graduanda em Direito. Leitora voraz, começou a criar histórias antes mesmo de aprender a escrever. Sempre com uma caneta na mão, encontrou na Literatura sua forma de estar e agir no mundo. Escreve poesia e prosa, colaborando com diferentes revistas literárias, como a Revista Philos, Intransitiva, LiteraLivre, Subversa, Fale com Elas e Ensaios sobre a Loucura.
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Poema: Espaços Vazios
Poeta: Luizza Milczanowski | @lmilczanowski | Medium
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski
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Espaços Vazios
Nas ruas
Espaços vazios
Dos mil mortos
Dez mil mortos
Cem mil mortos
Muitos mil mortos.
Quantos espaços vazios
Entre abraços suspensos,
Entre beijos hesitantes
De outros beijos.
Por quanto tempo
Nos restará o medo
Do abraço e do beijo
Da mão e do toque.
Espaços vazios
Dos mil mortos
Dez mil mortos
Cem mil mortos
Muitos mil mortos.
A ausência
Humana e doída
De um filho,
De um amigo,
De um vizinho,
De uma mãe,
De um professor.
Daquele senhor
Que está sempre no ponto,
Que nos dá bom dia,
Que cumprimenta o cobrador
Que hoje mora no medo
De ir ao hospital,
De pular carnaval,
De frequentar um show,
Estaremos mais apegados às máquinas
E mais e mais frágeis
Diante das circunstâncias.
Estaremos mais apegados ao olhar
A almejar a voz e o beijo
O abraço e o toque
E o direito dos enterros de morte
Das mortes antigas.
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