Poema de Lasana Lukata - Bordado.
Lasana Lukata é poeta e escritor nascido em São João de Meriti, 14 de março de 1964, Dia Nacional da Poesia, na antiga Estrada de Minas; oriundo de família de pedreiros, foi marinheiro de um navio contratorpedeiro que afundou nas águas de Durban a caminho da Índia ao ser rebocado para desmanche. (D37 Contratorpedeiro Rio Grande do Norte). Coincidentemente, a vida de Lukata também afundou, de servidor federal caiu para estadual, hoje é servidor público da Prefeitura de São João do Meriti como trabalhador braçal, mas se afundaram o navio e o homem de guerra, emergiu o poeta, participando da Oficina Literária ministrada pelo poeta Ferreira Gullar em 2001, na UERJ, resultando na Antologia Poética “Próximas Palavras”; cursando Literaturas Portuguesa e Africanas de Língua Portuguesa, UFRJ.
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Poema: Bordado
Poeta: Lasana Lukata
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski
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Bordado
a pele bordada de exigências.
rubidez de papoula nos cabelos,
noite quente, lábio encarnado,
consertando um vestido vermelho,
o dedal a empurrar a esperança,
a costureira levantou de sua máquina
de coser planetas, de criar beleza,
de comprar o pão;
levantou de sua máquina,
suave como uma garça,
molhada como uma ninfa
para mostrar-me no canto da casa
algo a nos cortar a sílaba,
uma antiga umidade nas paredes.
(e Marcel Proust chamá-las costureirinhas!)
não percebeu o uso nobre de suas máquinas...
a tinta já se soltava morta, morta-cor, morta-luz
e mar – perturbado pela lua-,
fui raspando aquela alvura amarela,
houve um aprincesar-se de galáxias,
abrasaram-se estrelas,
na mesma noite pintei-as de branco e foi azul.
contra a tesoura que nos pune,
ditosa agulha que nos une
e cicatriza o verbo.
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