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Foto do escritorJéssica Iancoski

José Craveirinha - Poema Grito Negro | Poesia Moçambicana

Poema de José Craveirinha Grito Negro.


José João Craveirinha é considerado o poeta maior de Moçambique.


Em 1991, tornou-se o primeiro autor africano galardoado com o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa.


Nasceu em 1922 e faleceu em 2003.

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Grito Negro (Poesia Moçambicana: José Craveirinha/Toma Aí Um Poema)

Poema: Grito Negro

Poeta: José Craveirinha

Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski


Grito Negro


Eu sou carvão!

E tu arrancas-me brutalmente do chão

e fazes-me tua mina, patrão.


Eu sou carvão!

E tu acendes-me, patrão,

para te servir eternamente como força motriz

mas eternamente não, patrão.


Eu sou carvão

e tenho que arder sim;

queimar tudo com a força da minha combustão.

Eu sou carvão;

tenho que arder na exploração

arder até às cinzas da maldição

arder vivo como alcatrão, meu irmão,

até não ser mais a tua mina, patrão.


Eu sou carvão.

Tenho que arder

Queimar tudo com o fogo da minha combustão.

Sim!

Eu sou o teu carvão, patrão.

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Grito Negro (Poesia Moçambicana: José Craveirinha/Toma Aí Um Poema)

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