Soneto de Alberto de Oliveira Horas Mortas.
Antônio Mariano Alberto de Oliveira, mais conhecido pelo pseudônimo Alberto de Oliveira, foi um poeta, professor e farmacêutico brasileiro.
Figura como líder do Parnasianismo brasileiro, na famosa tríade Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac.
Nasceu em 1857 no Rio de Janeiro e faleceu em 1937.
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Poeta: Alberto de Oliveira
Poema: Horas Mortas
Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski
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Horas Mortas
Breve momento após comprido dia
De incômodos, de penas, de cansaço
Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
Posso a ti me entregar, doce Poesia.
Desta janela aberta, à luz tardia
Do luar em cheio a clarear no espaço,
Vejo-te vir, ouço-te o leve passo
Na transparência azul da noite fria.
Chegas. O ósculo teu me vivifica
Mas é tão tarde! Rápido flutuas
Tornando logo à etérea imensidade;
E na mesa em que escrevo apenas fica
Sobre o papel — rastro das asas tuas,
Um verso, um pensamento, uma saudade.
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