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Foto do escritorJéssica Iancoski

A Família Que Morou em Um Sapato - Jéssica Iancoski | Conto de Fadas

Contos de fadas A família que morou em um sapato na versão de Jéssica Iancoski.


A história infantil em áudio foi gravada para o Podcast Infantil Jejéqui Lê.

Conta sobre uma família que precisou morar em um sapato por algum tempo.


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A família que morou em um sapato (Conto de Fadas: Jéssica Iancoski/Jejéqui Lê)

História infantil em áudio: A família que morou em um sapato


Era uma vez, uma velhinha que morava em um sapato com todos os filhos — ela tinha tantos filhos, mas tantos, que não sabia direito o que fazer com cada um, tinha até perdido a conta!


— São doze — Ela pensava.


— Não! Eu tenho quarenta e dois filhos — rebatia.


— Que nada! Devem ser vinte e quatro!


Ela realmente não fazia mais ideia de quantos eram… Só se lembrava que o número era múltiplo de três!


O que importava mesmo é que a velhinha amava muito todos os filhos e que esse amor era retribuído.


E bem ali onde moravam, o ponto de referência mais próximo do sapato... Ops! Digo... Da casa, era uma grande floresta mágica — terra de bruxas e gigantes!


Mas essa família nem sempre morou em um sapato!


Antes de se instalarem ali, a velhinha havia morado em uma bela casa — construída com madeira das boas — com o seu marido que era um ótimo lenhador.


Essa casa não era tão perto assim da floresta mágica, mas, devido às aleatoriedades da vida, aconteceu um desastre:


UM GIGANTE FEROZ, NO MOMENTO EM QUE LUTAVA CONTRA UMA BRUXA, PASSOU CORRENDO E PISOTEOU A CASA, PEGOU O MARIDO DA VELHINHA E SAIU CORRENDO EM DIREÇÃO À FLORESTA!


O Gigante correu tanto, mas tanto, que perdeu um dos sapatos no caminho!


Não havendo outra alternativa, a velhinha e os filhos tiveram que ir procurar pelo marido/pai.


Procuraram por muito tempo, tanto tempo que anoiteceu.


E quando eles estavam chegando perto da floresta mágica, encontraram um IMENSO sapato.


Era o sapato do gigante que tinha ficado para trás!


Então a velhinha falou:


— Já está escuro, é melhor a gente se abrigar no sapato… Até porque, não temos mais casa mesmo…


Três dos filhos decidiram cobrir a parte de cima do sapato com palha, para fazer um telhado.


Outros três cortaram um pedaço do sapato para fazer a porta.


Outros três limparam a sola para fazer de chão.


E voilà! Agora, eles tinham uma nova casa — que era quaseee perfeita, senão pelo chulé do gigante que tornava o local muito fedido.


— URRGGG, AAAAARG! Que chulé mais fedido - reclamaram os filhos.


— Calma, logo o cheiro vai embora! Ao menos, vamos acreditar que sim… - falou a velhinha para tentar confortar os filhos.


Um tempo depois, a Bruxa que estava lutando contra o gigante apareceu na porta do sapato e disse:


— Olá! Eu vi o gigante que levou o marido/pai de vocês aquele dia, e sabe? Eu O-D-E-I-O gigantes! Posso levar todos vocês até lá… Inclusive, trouxe uma poção mágica para arrasarmos com a cara dele!!


E lá foram todos: a velhinha e os filhos, cuidadosamente entrando na floresta para destruir o gigante e salvar o marido/pai.


Ah, a Bruxa foi também, lógico, mas foi voando em sua vassoura!


Andaram bastante até que avistaram um C-A-S-T-E-L-O de G-I-G-A-N-T-E!


O castelo era tão grande, mas tão grande, que eles nem precisaram abrir a porta para entrar…


Todos se abaixaram, passaram por baixo do frestinha da porta e foram andando em silêncio pelo castelo, nas pontinhas dos pés, procurando pelo Gigante e pelo marido/pai!


Menos a Bruxa! Que foi de vassoura…


Até que:


— ZZZz.rooonn.Zzzz.fuuuuu.ZZzz.roooon.ZZZ.fuuu.


Encontraram o Gigante, abraçadinho com o marido-pai, como se fosse um ursinho de pelúcia! E roncando MUITO!


— ZZZz.rooonn.Zzzz.fuuuuu.ZZzz.roooon.ZZZ.fuuu!


E ali, bem do ladinho deles, estava a chave do castelo.


— Vamos esconder a chave dele! — falou a velhinha.


Quando já tinham escondido, a Bruxa perguntou para se assegurar:


— Esconderam a chave? Ótimo! Mas, então, rápido! Vão todos se esconder. Irei usar a minha poção mágica agora.


Por sorte, o Gigante dormia de boca aberta — por isso que ele roncava tanto —, assim, a Bruxa pode jogar a poção mágica direto na goela dele!


— GLUP, GLUP, GLUP!


Assim que ela jogou, começaram a nascer calos bem doloridos no pé do gigante — que depois de algum tempo, acordou com dor.


— AUT! AUT! Acordei com calos… A dor é tanta que terei que sair procurar o meu sapato, não dá para ficar descalço… Não dá para ficar só com um pé de sapato. Fique aqui, homenzinho, que eu já volto! — falou o Gigante para o marido-pai, isso tudo, sem perceber que tinha companhia no castelo.


Então, saiu para procurar o sapato que tinha ficado para trás.


Nisso, as crianças correram com a chave — precisou de todas para segurá-la, pois era E-N-O-R-M-E — e trancaram o Gigante para fora!


O Gigante nunca mais conseguiu entrar no castelo, pois tinha se esquecido das chaves, e a velhinha, os filhos e o marido-pai viveram feliz para sempre em um castelo enorme!


— Tchau, família! — disse a Bruxa se despedindo - se precisarem de mim, é só chamar! Tudo o que falam das bruxas não é verdade, nós somos boas! Ah, e não precisam correr o risco de abrir a porta para eu sair, vou voando na minha vassoura!


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